Vem Pintar
Vem pintar, o Inverno à primavera jamais pintada,
Pintar, ó minha ama, com cores vivas de paixão,… tua calma!
Pintar, com alegria, meu olhar, minha fama…
De sorte, teu destino tua vida!....
Exausto, entre as sombras das malvas do ar ermo,
Afogo-me no dilúvio do meu próprio lastimo,
No sossego da trémula noite passional, conclamo:
Vem, ó menina dos meus olhos entre as profundezas do meu eu,
Meus dias tristes e nocivos,… é fatal,
Minha alma cansada de vaguear só, no paraíso da fama vital,
Pintar, com cores raras, tua beleza, teu troféu…
Pintar, o que não posso, nem com lamas de lágrimas moribundas
O que em mim se perdeu, num silencioso cantar das mostardas,
Pela saudade de ver as cores reais da felicidade!...
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‘‘Kilon, o Profeta’’
Adeus!...
Adeus, não hoje, agora, meu musgo,
Nas sombras do abismo, jazerá nossos sonhos,
Não messes aplausos nem assobios,
Assim se faz da sorte, parece-me um visgo,
Adeus, ó meu doce, só tinha que ser assim,
Vai, nunca mais contemple-me por trás,
Vais, guarde tudo para ti,
Vai, serei ruínas, acabou, é tudo sócia do fim!...
Adeus, não chores, passarei de ombro amigo,
Não te enfermes, passarei de tua cama,
Adeus, jamais serei tua droga, nada comigo,
Não te ouses deambular pelo Plutão a latir,
Não suavizarei tua voz, ó minha ama!
Pelos dispersos de Vénus estará minha alma a partir!...
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‘‘Kilon, o Profeta’’
Diz-me Adeus
Nossa vida, nosso passado, aqui morre, neste lugar,
Neste tempo nosso olhar, por Deus,
Já cairá em trevas, nem ruínas restarão, mereço adeus!
Fartei-me, tua falta, tua intriga,
Eu, adoro o fim, quando quer ser fim,
Não vaciles, aceite-o como uma dádiva divina!
Porque razão não? Não é tua favorita cena,
É só dizeres adeus e na testa a marca do último beijo!
Até um dia, o inferno é amiga sorte,
O destino dita o caminho dos heróis,
Mas dos desumanos?! Nada restará, nem de seu ruído!
Ó minha bola de neve, bem, é de esferovite
Jamais serás meu cântico de aurora,
Mereces, um sorriso e um adeus!...
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‘‘Kilon, o Profeta’’
Vou Cantar
Domingo a tarde vou cantar,
Cantar para minha amada, por todo lado
Cantar para os céus das estrelas,… Cantar,
É para ela, vou cantar um novo cântico estrelado.
Cantar com uma nova melodia vital,
Domingo a tarde, o tenor se será fatal
Para fragmentar o ouvir da gente,
Gente minha, gente amante
As nuvens de paz como neve
Testemunharão a magna maravilha
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‘‘Kilon, o Profeta’’
As Lágrimas Secas de Kilon, o Poeta
I
Às vezes sinto pena de mim mesmo,
Sou uma alma pecaminosa que vive!...
Que pena dela, inerte na ilusão de neve,
Neste infeliz Marte, onde tudo me lembra o abismo,
Onde visto-me de tormentos…que pena!
Minha ânsia é como uma aberração,
Meu fôlego é bênção da perpétua viva maldição
Meu olhar é sombra eterna,
Minha fada, não passa de um pecado capital ,
Meu olhar tremulo é como uma ilusão anarquista
Perdida no vazio horizonte da vida… não, basta!
Valha-me Deus, minha angustia é imortal!
Alimento-me do pão da desgraça, afinal, é ruim,
Minha vaidade, meu ânimo, é uma sorridente tristeza, é o fim!....
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‘‘Kilon, o Profeta’’
II
Minha aflição chamejante com o inferno,
Sinto o preço do que abracei, é felino,
Ah, que saudades do que não me lembro com abundância!
Com fartura embriago-me do vinho da vazia fragrância
Da tortura, das sombras, da infinita inocência…
Como uma assombra e perdida infância
Onde minha música é um incessante pranto,
Meu refrão, meu triste coro é o que não enfrento,
A melodia desvanece a cada passo, meu falecimento!
Minha odiosa dor mais fulgente
Que os faróis inexistentes, perdidos em Marte
Minha vida é como um eterno vazio,
Enorme como a imensidão do mar Cáspio
O que farei, ó Retentor, mina vitória, meu contento! …
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‘‘Kilon, o Profeta’’
III
Minhas horas mais velozes que uma nave espacial
E convertem-se em dores predadoras,
Choro, as lágrimas rolam no meu rosto cinzento,
Hoje, meu desejo é perecer devagar, com unguento,
Cremado ou ressequido, é o fim, minhas aventuras!...
Doem-me aos deuses, será o meu descanso
Ou aos médicos, ao padres,… sem incenso
Minha cansada alma jazerá no paraíso das venturas!
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‘‘Kilon, o Profeta’’
IV
Não digam nada aos pobres camponeses,
Silêncio e dignidade, é a hierarquia das malvas!
Não firam seus ouvidos com falsos alaridos,
Não, é uma justiça justa, mas é pelos escolhidos!...
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‘‘Kilon, o Profeta’’