Vou partir para junto do meu Universal
Cantar tudo quanto é menos miserável
Talvez no carnaval
Meu nome será louvável
Na amargura da vida o todo é essencial
Não sou canibal
Minha alma indomável
Navega nas profundezas do mar azul
Onde vagueio no tribunal
Sentenciado a prisão condicional
Onde perece a valor nutricional
Num som indelével
Faz juízo final o tamboril
Acompanhado de um ar ritual
O refrão faz-nos lembrar tudo quanto é fiel
Num sorriso amável
Aí do lado certo o farol
De um mar infernal
As ondas, a brisa, o amigo anzol
Faz ressuscitar a amarga dor fatal
Onde o nada
AS LÁGRIMAS
Oh! Oh! Oh!...Ó minha gente
Se os seus dias passam como vento
E se consomem sem luz verde
Hum! Ah! Quando é que te vão secar
Estas lágrimas tímidas e frias de amor,
Assim sem brilho, não dá!
Quando é que os seu lábios murchos
Vão ganhar a brisa da felicidade
Ou sorrir um pouco para o nada...
Ó minha gente,
Vou te contar um manso segredo:
No país de ninguém,
Onde sou condenado a viver...
As águas sempre tomam o mesmo leito,
E afluem no Cunene dos mamaues,
O silêncio que vive no seu olhar,
Proclamar!
Rugi como um leão,
Dá um susto ao silêncio
E acaba com sua lembrança até às cinzas...
Dos inconsoláveis olhos dos meus amados
Onde o medo mora e fartura eternamente,
Onde a dor faz a festa,
Onde os mamawes,
São soltos para os céus
ONDE ESTAS
Quando chegares a tua casa
No teu quarto
Na tua janela,
Na calada da noite,
Farei para ti uma grande tocata,
Os quatro cantos da terra ouvirão
E verão este dia cheio de solenidade
No seu espanto dirão:
Que declaração de amor!
Que confissão patológica!
Na minha música,
Direi,
Estou a enlouquecer de paixão,
Desça o quanto possível,
Estou a perecer de saudades,
Quero o teu amor,
Quero me matar dele
Quero te beijar...
... Endoideço sem limites...
Desça, ó minha deusa...
Quero é me embriagar do aroma de sua beleza,
Mas enquanto não vens,
Me afogo nas ondas da solidão!
Jazerei eu nas cinzas de dores!?...
Mas no refrão, melodizarei
Enquanto a luz do dia não chega
Torture com teus beijos
Comece com a batalha enquanto podes,
Eu me entregarei... com o teu faro de paz
No teu leito acabará... tudo cantará amor!
NEGRA
Ah! O dilúvio de saudades não me levou,
Caminhei no deserto do amor,
Dia e noite, faminto de ti
Como se abundou em mim,
Ó minha doce amada!
Nos meus poucos dias te busco,
Mas não te acho,
A dor de solidão em mim floresce
Floresce como as ervas tristes do campo
Como me acamo de patologias
Patologias que queimam a minha alma
Na estação do olhar do seu coração
Quem sou eu?
Uma flor alegre na primavera
Ou uma cachoeira refrescante no inferno de verão!?
Mas quem sou eu?
Um lírio amarelado de tristeza no Outono!
Ou um abraço longo no silêncio de Inverno
Afinal quem sou eu? Eu de verdade!...
Nos meus sonhos, a sua beleza nascendo
Como uma estrela no paraíso
Resplandece como uma deusa celeste!
A minha alma vagueia vagabundamente
Nos céus de esperanças vazias,
E vê tudo a passar como vento...