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O EXILO DE CINCO POEMAS
O EXILO DE CINCO POEMAS

 

 

 

Vou partir para junto do meu Universal

Cantar tudo quanto é menos miserável

Talvez no carnaval

Meu nome será louvável

Na amargura da vida o todo é essencial

Não sou canibal

Minha alma indomável

Navega nas profundezas do mar azul

Onde vagueio no tribunal

Sentenciado a prisão condicional

Onde perece a valor nutricional

Num som indelével

Faz juízo final o tamboril

Acompanhado de um ar ritual

O refrão faz-nos lembrar tudo quanto é fiel

Num sorriso amável

Aí do lado certo o farol

De um mar infernal

As ondas, a brisa, o amigo anzol

Faz ressuscitar a amarga dor fatal

Onde o nada  

    

 

 

AS LÁGRIMAS 

 

 

 

Oh! Oh! Oh!...Ó minha gente

Se os seus dias passam como vento

E se consomem sem luz verde

 

Hum! Ah! Quando é que te vão secar

Estas lágrimas tímidas e frias de amor,

Assim sem brilho, não dá!

Quando é que os seu lábios murchos 

Vão ganhar a brisa da felicidade

Ou sorrir um pouco para o nada...

 

Ó minha gente,

Vou te contar um manso segredo:

No país de ninguém,

Onde sou condenado a viver...

As águas sempre tomam o mesmo leito,

E afluem no Cunene dos mamaues,

 

O silêncio que vive no seu olhar,

Proclamar!

 

Rugi como um leão,

Dá um susto ao silêncio

E acaba com sua lembrança até às cinzas...

 

Dos inconsoláveis olhos dos meus amados

Onde o medo mora e fartura eternamente,

Onde a dor faz a festa,

Onde os mamawes,

São soltos para os céus

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ONDE ESTAS

 

 

 

Quando chegares a tua casa

No teu quarto

Na tua janela,

Na calada da noite,

Farei para ti uma grande tocata,

Os quatro cantos da terra ouvirão

E verão este dia cheio de solenidade

No seu espanto dirão:

Que declaração de amor!

Que confissão patológica!

 

Na minha música,

Direi,

Estou a enlouquecer de paixão,

Desça o quanto possível,

Estou a perecer de saudades,

Quero o teu amor,

Quero me matar dele

Quero te beijar...

... Endoideço sem limites...

Desça, ó minha deusa...

Quero é me embriagar do aroma de sua beleza,

Mas enquanto não vens,

Me afogo nas ondas da solidão! 

 

Jazerei eu nas cinzas de dores!?...

 

Mas no refrão, melodizarei

Enquanto a luz do dia não chega

Torture com teus beijos

Comece com a batalha enquanto podes,

Eu me entregarei... com o teu faro de paz

No teu leito acabará... tudo cantará amor!

 

 

 

 

 

NEGRA

 

 

Ah! O dilúvio de saudades não me levou,

Caminhei no deserto do amor,

Dia e noite, faminto de ti

Como se abundou em mim,

Ó minha doce amada!

 

Nos meus poucos dias te busco,

Mas não te acho,

A dor de solidão em mim floresce

Floresce como as ervas tristes do campo

Como me acamo de patologias

Patologias que queimam a minha alma

 

Na estação do olhar do seu coração

Quem sou eu?

Uma flor alegre na primavera

Ou uma cachoeira refrescante no inferno de verão!?

Mas quem sou eu?

Um lírio amarelado de tristeza no Outono!

Ou um abraço longo no silêncio de Inverno

Afinal quem sou eu? Eu de verdade!...

 

Nos meus sonhos, a sua beleza nascendo

Como uma estrela no paraíso

Resplandece como uma deusa celeste!

 

A minha alma vagueia vagabundamente

Nos céus de esperanças vazias,

E vê tudo a passar como vento...