Não chore mãezinha
Porque ainda volto
Volto para enxugar as suas tristes lágrimas
No meu ombro jazerá a sua saudosa cabeça
Nele matarás o seu mar de saudades
Não chore mãezinha
Não, não chore
De que serve a sua dor minha mãe
Embora distante, presente estou na sua alma
Não chore mãe
Porque um dia volto
O santuário da minha voz aliviará a sua ânsia
E o meu ombro a consolação presente
Não chore mãe
De que serve o seu sofrer
O que faz este rio de lágrimas neste rosto
Rosto resplandecente de mãe
Ainda volto
E tu ver-me-ás com os seus próprios olhos,
Não de outros...
De que servem estas lamurias
Que só ferem a minha alma
Não chore mãe
Não, não
Porque um dia volto
Para reavivar o passado
O passado que em mim não se apaga
De que serve a sua dor se ainda volto
Para restaurar as suas lágrimas
Dos olhos que têm um ver de dor
De que serve o seu sofrimento
Não chore mãe
Não, no cair da primavera
As andorinhas participam-me das suas lamurias
E choros entristecidos na dor... «KILON, O PROFETA»