Quem me dera se eu tivesse asas,
Asas como anjos e arcanjos!
Voaria como eles,
Livre e alegres na brisa da felicidade
Em busca do outro pedaço do meu eu!
Voaria,
Para junto dela
Outra parte, minha alegria,
Parte do meu amor,
Voaria,
E pernoitaria no seu leito,
Embriagaria o meu espírito com o aroma da sua beleza!...
Assim alimentaria alma,
Famélica na distância e perdida no tempo!
Hoje, a minha alma vagueia
Pelos corredores da solidão
A busca do alívio... a cura, meu fármaco!
Nos meus sonhos corro a noite inteira
A procura do bem para minha querida alma,
As aves proclamam a madrugada,
Acordo dolorido de paixão
E enfermo de saudades,
Acamo-me de novo, porque a solidão me consome...
Quem me dera
Alvorecer no calor dos seus seios,
Iludir essa saudade feita de demónio
E cansar esse ai que invade a minha alma...
Quem me dera voar
Mas voar de verdade o verde da natureza,
O azul dos céus,
Do mar e dos rios,
Voar nas asas dos seus sonhos!
Quem me dera!...«KILON, O PROFETA»