O PAÍS DE NINGUÉM
O PAÍS DE NINGUÉM

 

 

 

Eu sou o país de ninguém,

Vivo do nada,

Nas minhas veias correm águas de incertezas

Porque os meus dias são contra mim,

São tão nada!

Passam como as nuvens...

 

Nos meus poucos dias,

Olho-me no espelho,

Já não sou eu, sou uma coisa

Isto me faz chorar dia e noite!

 

No crepúsculo eu canto

Um novo cântico que me há de levar

Nos mares da tranquilidade...

 

Na abundante tristeza

Nada me pode consolar,

Com isto viajo nos arredores das trevas,

Onde o meu olhar é dor

E as ideias são sempre vazias!

 

Hoje, só me resta talvez fugir

Daquilo que não me lembro

E me acamar de enfermidade do nada,

Mas que arte de sofrer!...

 

No dilúvio de saudades,

Atravessado lagos de lágrimas

Vou a busca dos meus ancestrais,

Serei eles e neles me acamarei!

 

O perfume dos meus aiwes ficará,

O meu clamor cobrirá a terra

Mas eu serei silêncio...  

Ali passarão a vida inteira!...

 

Faço enquanto posso

Porque um dia partirei para a natureza

Serei ervas do campo...Verde serei eu!...«KILON, O PROFETA»