Olha para os meus olhos, cansados!
Ah! Se minto?! Olhos sem brilho
Olhos que te procuram avidamente pela luz,
Na multidão de solidão
Na companhia amarga da saudade!
Onde quer que estejas, vem,
Imaculadamente enxugar as lágrimas
Que consomem as minhas fracas órbitas
Dos olhos que publicam o meu sofrer!
Neste ou naquele lugar,
Hoje ou amanhã, não sei quando
Falarei de ti como as sete maravilhas
Do mundo antigo.
Ah! Viverei a vida inteira
Esperando por este dia
Que cada dia se perde no horizonte,
Horizonte vazio e triste!...
Um dia eu serei vento ou uma coisa
Tu ficarás sentada nos lagos de lágrimas
Partirei no comboio das malvas
Mas a praia de prantos romperá o seu silêncio,
Sem cura... serei cinzas e tu primavera?!
Eu estarei?!
Desconfio que não serei eu!
Aquilo que não sei aliviará a minha ânsia,
O silêncio será o meu salário,
Assim abandonarei os dias vermelhos,
E me apresentarei ao detentor da minha alma...
Serei um ser sobrenatural!... «Kilon, o Profeta»