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AS LAMURIAS DE KILON, O PROFETA
AS LAMURIAS DE KILON, O PROFETA

 

 

AS LAMURIAS DE KILON, O PROFETA

 

É deslumbrante saber                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

Que um dia tudo que existe partirá…

Será cinzas, pó ou nada, o tempo todo!

Abraçará o silêncio como longa esperança

E as sombras serão sua eterna consolação!... «KILON, O PROFETA»

 

 

 

QUE PENA DE MIM,

 

Que pena de mim,

Vivo neste mundo como um coitado vazio,

Que pena! Perdido na esperança de pedra

 

Neste mundo das coisa vazia e do nada,

Visto-me de tormentos,

Suspiro por coisas infernais

Minha vida está amaldiçoada,

Fugiu-me a bênção do criador,

Minha culpa é tão grande que o Marte

Meu olhar é uma sombra eterna,

Minha fala queima almas aflitas,

Meu andar não me lembro,

Mas desconfio que é uma ilusão perdida,

Perdida no horizonte da vida…que pena!

 

Ah! Que saudades!

Meu guardião é um vazio eterno

Onde me alimento de pão de angústia,

Minha ilusão e meus sorriso,

São praias de tristezas!

 

Minha paixão é fogo ardente!

Minha fé um silencio,

Perdi-me num mundo vazio!

 

Ai que saudades dos tempos que não me lembro!

Mas não os lembro com abundância,

Embriago-me com fartura do vinho diabólico,

Minhas músicas são os gemidos do povo,

O refrão é a miséria que habita neles,

A melodia são os choros dos seus filho,

Minha vida é tão vazia como a imensidão do mar!

 

Oh! O que farei eu comigo mesmo?!

Meus dias correm velozmente,

E se multiplicam como ervas na dor!

 

Choro e lacrimejo,

Meus olhos se inundam de lágrimas,

Nelas construo uma ponte de desejos,

Morrer, mas com uma chuva de mansidão!

 

Que pena de mim! Ai!...

 

 

Eu sou a alma perdida

 

Eu sou a alma perdida,

Vivo do nada,

Nas minhas veias corre sangue de incertezas

Porque os meus dias são contra mim,

São tão nada!

Passam como as nuvens...

 

Eu sou a alma perdida,

Perdida no abismo do mundo carnal!

 

Nos meus pouquíssimos dias,

Olho-me no espelho,  

Já não sou eu, sou uma coisa

Um retrato qualquer,

Sombra da minha sombra  

Isto me faz chorar dia e noite!

 

No crepúsculo eu canto

Um novo cântico que me há-de levar

Nos mares da tranquilidade...

 

Nos vindjobas da tristeza,

Caminho sem amparo, 

Com isto viajo no paraíso das trevas,

Onde o meu olhar é dor

E as ideias são sempre vazias!

Eu sou a alma perdida,

            Perdida no abismo do mundo carnal

 

Hoje, só me resta fugir de mim mesmo

            E daquilo que não me lembro,

Mas que arte de sofrer!

 

O dilúvio de lágrimas saudosas,

Sufocam meus paupérrimos olhos e cansados

Vou a busca dos meus ancestrais,

Adão, Abraão, Isaac, Jacob e José,

Serei eles e neles me acamarei!

O tempo todo,  juntos louvaremos aos Senhor!.. eh, o altíssimo!

 

O perfume dos meus aiwes ficará,

O meu clamor cobrirá em terra

Mas eu serei silêncio... 

             Porque um dia partirei para a natureza

Serei ervas do campo… musgo serei!

Aiwe, serei uma planta, serei!...

 

Eu sou a alma perdida,                                                                               

Perdida no abismo do mundo carnal

 

Meu futuro é no mundo das sombras,

Porque todo inconstante nos caminhos do Senhor,

Jazerá nas trevas eternas do tormento!!!!...

 

Eu sou a alma perdida!...

 

 

 

 

LCRIMEJEI

 

 

 

Lacrimejei por emoção,

Porque as flores do meu jardim

Visitaram a minha alma angustiada,

Vazia e saudosa,

Desconfio que minha avó partiu

Para sempre, para nunca mais voltar.

 

Se ninguém me aconchegasse,

Meu olhos também não tornaria a ver

A linda mãe natureza,

Olhos que agora me vêem,

Não me veriam mais,

Seus olhos cairiam sobre mim,

Mas não seria mais eu, eu mesmo!

Não porque minha avó acabou cega

E farta de enfermidades da vida!

 

Tal como as ondas acabam na areia,

Minha avó desceu,

E nunca mais tornará à vida,

Nunca mais tornará ao nosso jango,

Nem os meus olhos,

Jamais a divisarão!

 

Por isso, não vou punir minha boca,

Prantearei na dor, sem consolação,

Da perda da minha honrada avó!

 

Hoje, já não me queixo

De habitar no ermo,

Porque estou no calor das minhas flores,

Mas me queixo de saudades,

Porque minha avó partiu, e nunca mais vai volta!

 

Como é imensa alegria que cobre-me!

As flores do meu jardim enxugaram minhas lágrimas

Suas palavras aliviaram minha ânsia,

Jamais me vou levar pelos choros!

 

Ontem, meu paraíso eram as sombras,

Hoje, canto de alegria,

Alegria apoderou-se de mim,

As palavras me fogem como um salteador!

 

No dia da dor e do luto,

Meu corpo jazia nas cinzas,

Via minha alma no abismo da solidão,

As pessoas me chamavam,

Mas eu não respondia,

Buscavam-me, não me achavam,

 

Meu agradecimento subiu ao Céus,

Onde vira a chuva de seus galardões,

 

Minha avó foi condenada pelo destino

A habitar a vida inteira no esquecimento,

Onde viver é proibido

E abrir a boca é contra a lei,

 

Minha avó partiu,

Jamais romperá as sombras,

Habitará nas cinzas, sem fim,

 

Nunca mais se lembrará de mim,

Partiu para nunca mais!

Até um dia!...

 

 

 

 

 

MINHA CIDADE

 

 

Como linda a minha cidade!

Ah! É bela!

 

Os seus moradores têm um poder

O de semear o amor

É amor! Quem diria!

De ódio, nada se fala…nem de sua nudez!

 

A paixão conquista

O amor impera,

Ali, não se fala em ruídos,

O silêncio encarna o ouvir dos ouvidos dos moradores!

 

A paz e a liberdade,

Tomaram conta das suas ruas,

Mas a felicidade, esta sim é dona e senhora

E fez dela um paraíso… mas o de verdade!

 

Na primavera,

Crianças e jovens,

Velhos e velhas

Cantam, porque Deus lhes deu voz,

Voz para glorificá-Lo

Eles cantam, ah! Cantam!

Cantam alegremente o hino do amor,

Cantam, com o refrão de paz

Cantam e cantam com melodia de felicidade

Cantam o tempo todo

Cantam, não pelos seus inimigos

Nem pelos seus amigos,

Cantam, Apenas pela sua cidade,

O seu amor brota como ervas do campo,

Cantam! Cantam como olhos postos na eternidade

Cantam! Os verso dos seus cantos,

Em todos cantos da terra,

Ressoam num tom dócil,

Cantam, o refrão que marca os cantos

É sempre o mesmo o de triunfalismo!

Ninguém dá mostras de conhecer,

Nem de saber desta feliz cidade,

Mas como linda e gloriosa a minha cidade!

Jamais será cinzas…muito menos pó ou nada!«KILON, O PROFETA»