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PORQUE RAZÃO ME FERES
PORQUE RAZÃO ME FERES

 

 

No mundo das aves,

O meu segredo é dominar a multidão dos meus sentimentos

Para dominar o parlamento do amor

 

Por ti sacrifico o meu ouro e a minha prata!

Não és tu melhor que o ouro e a prata!?

Não és tu mais brilhante que rubi ou esmeralda!?

 

Então, porque razão me feres?

Com as flechas das tuas renuncia

Dos teus atrasos

Das tuas arrelias

Dos teus olhares agressivos

E daquilo que o meu ser recusa lembrar!

 

A saudade e a solidão

Fazem de mim um íntimo amigo!

 

Hoje, vivo no paraíso da dor

Me alimento de angústia

E bebo do cálix do vinho da tristeza,

Embriagado, peço a sua reverentíssima lamentação

Que se digne receber na sua catedral

As minhas irmãs lágrimas...

 

Na procissão da multidão de dores

Onde me ajoelhei nas britas da desgraça

Entoarei o hino da miséria

Com refrão de ruínas fumegantes de paixão!

 

Ao pôr-do-sol, me acamarei nas cinzas

Serei livre, mas encarcerado na alma.

No emudecimento da noite,

Conclamarei para toda gente,

Gente viajante nas noites,

Todos ouvirão os meus uivos!...

 

Ao alvorecer do dia, serei pó,

Me buscarás, mas não me acharás

Chamarás, já não serei eu,

Partirei entre os dispersos das macieiras

Com um ramo de flores... com perfume de amor!

Não amor turvo, mas sim amor cristalino...«LILON, O PROFETA»